Estudo sobre a TULIP:
Depravação total
Depravação total não significa que o ser humano é tão mal
quanto pode ser. Significa que mesmo em cada ato de bondade, boas obras e
aparência piedosa (sem a presença de Deus) há uma mancha, uma marca do pecado. Fruto
máximo da queda do jardim do éden, o pecado habita no ser humano de tal forma,
que só um milagre para reverter a situação.
Alguns podem argumentar: como o ser humano é tão mal assim
se existem pessoas que nunca foram cristãs e suas vidas são um exemplo para
nós? A resposta é que mesmo destituídas da glória de Deus (Rm 3:23) existe em
cada ser humano algo como uma “semente de Deus”.
Ponto 1: A semente de Deus
Analisemos esse trecho:
“Os quais (gentios) mostram a obra da lei escrita em seus corações, testificando
juntamente a sua consciência, e os seus pensamentos, quer acusando-os, quer
defendendo-os;” (Romanos 2:15)
E também:
“Tudo fez formoso em seu tempo; também pôs na mente do homem a idéia
da eternidade, se bem que este não possa descobrir a obra que Deus fez desde o
princípio até o fim.” (Eclesiastes 3:11)
Logo, chegamos a conclusão que todo ser humano tem uma vaga idéia, uma
vaga noção de que existe um Deus e precisa adorá-lo. Não é de surpreender que existam várias
religiões ao redor do mundo, as pessoas sabem ou sentem que precisam adorar
algo ou alguem superior, o problema é que elas direcionam suas adorações a
“deuses” ou pessoas erradas.
Isso explica porque tantas pessoas tratam seus parceiros como deuses,
os quais não conseguem viver sem, porque tantas pessoas idolatram times de
futebol, amigos, artistas, atores, pessoas, pessoas, pessoas...
Eles simplesmente se utilizam da “semente de Deus” de uma forma
errônea. Ao invés de adorarem ao criador do universo, adoram a outros, ou a si
mesmas.
Ponto 2: A fonte corrompida
Mais um argumento de que o homem é incapaz por si só de escolher ou
fazer o que é bom: sua fonte está corrompida. Analisemos:
“Guarda com toda a diligência o teu coração, porque dele procedem as
fontes da vida.” (Provérbios 4:23)
Se é do nosso coração que procedem as fontes da vida, é óbvio que é
dai que saem as nossas decisões, bem como a de querer ser salvo, de fazer
coisas boas. Mas a biblia não é gentil com nosso coração:
“Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente
corrupto; quem o poderá conhecer?” (Jeremias 17:9)
O nosso coração é simplesmente nosso maior inimigo. O profeta deixa
bem claro que o coração é enganoso mais do que todas as coisas, nada pode ser
pior do que ele. Desesperadamente corrupto, algo que indica uma continuidade
maligna. O pior é a pergunta quase sem resposta: quem o poderá conhecer? Essa
passagem por si só já condenaria a questão de que somos sábios para tomar
qualquer (e eu digo qualquer mesmo) decisão. Mas tem alguem com uma opinião bem
mais forte:
“Mas o que sai da boca procede do coração; e é isso o que contamina o
homem.Porque do coração procedem os maus pensamentos, homicídios, adultérios,
prostituição, furtos, falsos testemunhos e blasfêmias.” (Mateus 15:18-19)
O próprio Jesus condenou o nosso coração em todas as instâncias
possiveis. Ele classificou o nosso coração como o autor de várias categorias de
crimes.
Se o nosso coração é fonte de vida, e Jesus e Jeremias nos mostram quão
corrupto é nosso coração, a que conclusão podemos chegar? Simples: nós por nós
mesmos só queremos e desejamos o que é mau mesmo quando aparentamos querer o
bem.
Ponto 3: A escravidão da vontade e do pecado
“Porque bem sabemos que a
lei é espiritual; mas eu sou carnal, vendido sob a escravidão do pecado. Pois o
que faço, não o entendo; porque o que quero, isso não pratico; mas o que
aborreço, isso faço. E, se faço o que não quero, consinto com a lei, que é boa.
Agora, porém, não sou mais eu que faço isto, mas o pecado que habita em mim.
Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum; com
efeito o querer o bem está em mim, mas o efetuá-lo não está. Pois não faço o
bem que quero, mas o mal que não quero, esse pratico. Ora, se eu faço o que não
quero, já o não faço eu, mas o pecado que habita em mim. Acho então esta lei em
mim, que, mesmo querendo eu fazer o bem, o mal está comigo. Porque, segundo o
homem interior, tenho prazer na lei de Deus; mas vejo nos meus membros outra
lei guerreando contra a lei do meu entendimento, e me levando cativo à lei do
pecado, que está nos meus membros. Miserável homem que eu sou! quem me livrará
do corpo desta morte? Graças a Deus, por Jesus Cristo nosso Senhor! De modo que
eu mesmo com o entendimento sou escravo à lei de Deus, mas com a carne à lei do
pecado." (Romanos 7:14-25)
Aqui vemos mais do que
uma averiguação, é uma confissão. O apóstolo Paulo simplesmente sintetiza toda
a existência humana: escravos do pecado. Alguns podem afirmar: “ah, mas ele se
refere a lei mosaica”. Isso não passa de falácia, por dois motivos:
1-
O simples fato de
Paulo estar usando a palavra “lei” não quer dizer que seja somente o período da
lei mosaica. A palavra lei é muito mais ampla que o sistema cerimonial e
sacrifical da lei. Quando a palavra lei é usada no novo testamento, refere-se à
algo como vontade de Deus. Paulo usa expressões como “lei do Espirito e da vida”
(Rm 8:2), “lei de Cristo” (Gl 6:2) entre outros. A lei, smepre foi e sempre
será a vontade de Deus revelada.
2-
O tempo verbal que
o aposto usa o tempo inteiro é o tempo presente. Ele afirma explicitamente que
ele é (tempo verbal: presente) carnal,
ele diz que não faz (tempo verbal:presente) o que prefere, mas faz o que
detesta (tempo verbal: presente). Todos os verbos que mostram sua fraqueza em
fazer a vontade de Deus por si só está no tempo verbal do presente.
Então, obviamente Paulo reconhecia que ele, mesmo já tendo feito tanto
pelo reino de Cristo ( a epístola aos romanos foi escrita por volta de 57 d.c,
anos após sua conversão e inicio ministerial) ele sabia que ele pelas próprias
forças, cairia nos seus pecados.
“Replicou-lhes Jesus: Em
verdade, em verdade vos digo que todo aquele que comete pecado é escravo do
pecado.Ora, o escravo não fica para sempre na casa; o filho fica para
sempre.Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres.” (João
8:34-36)
Jesus diz explicitamente:
todo aquele que comete pecado. Basta um só para nos escravizar. A morte entrou
no mundo através de um só homem (Rm 5) e com isso, toda a humanidade tornou-se
escrava do cativeiro da vontade.
Para um escravo ser liberto, só há 2 opções:
ou ele foge (o que no caso do pecado, como já vimos é impossível) ou o senhor
dele o dá a carta de alforria. Acaso pensam que é coincidência quando Colossenses
2:14 nos diz: “e havendo riscado o
escrito de dívida que havia contra nós nas suas ordenanças, o qual nos era
contrário, removeu-o do meio de nós, cravando-o na cruz?”. É exatamente a mesma
coisa quando um senhor liberta seu escravo. E é aqui que entramos no ponto
final:
Ponto 4: O único que pode
nos libertar: Jesus Cristo
“Replicou-lhes Jesus: Em
verdade, em verdade vos digo que todo aquele que comete pecado é escravo do
pecado.Ora, o escravo não fica para sempre na casa; o filho fica para
sempre.Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres.” (João
8:34-36)
“tendo sido sepultados
com ele no batismo, no qual também fostes ressuscitados pela fé no poder de
Deus, que o ressuscitou dentre os mortos;e a vós, quando estáveis mortos nos
vossos delitos e na incircuncisão da vossa carne, vos vivificou juntamente com
ele, perdoando-nos todos os delitos;e havendo riscado o escrito de dívida que
havia contra nós nas suas ordenanças, o qual nos era contrário, removeu-o do
meio de nós, cravando-o na cruz;” (Colossenses 2:12-14)
"E o próprio Deus de
paz vos santifique completamente; e o vosso espírito, e alma e corpo sejam
plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus
Cristo. Fiel é o que vos chama, e ele também o fará." (I Tessalonicenses
5:23-24)
"De sorte que, meus
amados, do modo como sempre obedecestes, não como na minha presença somente,
mas muito mais agora na minha ausência, efetuai a vossa salvação com temor e
tremor;porque Deus é o que opera em vós tanto o querer como o efetuar, segundo
a sua boa vontade." (Filipenses 2:12-13)
De fato, são pouquissimos
os versiculos que me veem a cabeça, porém em todos eles a essência é a mesma: é
Deus, e somente Ele, através da obra do
Senhor Jesus Cristo e do testemunho interno do Espirito Santo é que pode salvar
o ser humano. É simplesmente impossivel que qualquer ser humano possa dizer que
quis Jesus, que optou por Ele.
Se não fosse o braço forte do Senhor nos tirando
das trevas, jamais conseguiríamos sair e prosseguir em Cristo. A pessoa que
acha que por si só consegue algo (lembrem-se de João 15-5: Eu sou a videira;
vós sois os ramos. Quem permanece em mim e eu nele, esse dá muito fruto; porque
sem mim nada podeis fazer.) simplesmente desconhece o que é graça.
“para que, como está
escrito: Aquele que se gloria, glorie-se no Senhor.”
1 Coríntios 1:31
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