sexta-feira, 8 de novembro de 2013



Estudo sobre a TULIP: Depravação total



Depravação total não significa que o ser humano é tão mal quanto pode ser. Significa que mesmo em cada ato de bondade, boas obras e aparência piedosa (sem a presença de Deus) há uma mancha, uma marca do pecado. Fruto máximo da queda do jardim do éden, o pecado habita no ser humano de tal forma, que só um milagre para reverter a situação.

Alguns podem argumentar: como o ser humano é tão mal assim se existem pessoas que nunca foram cristãs e suas vidas são um exemplo para nós? A resposta é que mesmo destituídas da glória de Deus (Rm 3:23) existe em cada ser humano algo como uma “semente de Deus”. 

Ponto 1: A semente de Deus

Analisemos esse trecho:

“Os quais (gentios) mostram a obra da lei escrita em seus corações, testificando juntamente a sua consciência, e os seus pensamentos, quer acusando-os, quer defendendo-os;” (Romanos 2:15)

E também: 

“Tudo fez formoso em seu tempo; também pôs na mente do homem a idéia da eternidade, se bem que este não possa descobrir a obra que Deus fez desde o princípio até o fim.” (Eclesiastes 3:11)

Logo, chegamos a conclusão que todo ser humano tem uma vaga idéia, uma vaga noção de que existe um Deus e precisa adorá-lo.  Não é de surpreender que existam várias religiões ao redor do mundo, as pessoas sabem ou sentem que precisam adorar algo ou alguem superior, o problema é que elas direcionam suas adorações a “deuses” ou pessoas erradas. 

Isso explica porque tantas pessoas tratam seus parceiros como deuses, os quais não conseguem viver sem, porque tantas pessoas idolatram times de futebol, amigos, artistas, atores, pessoas, pessoas,  pessoas...
Eles simplesmente se utilizam da “semente de Deus” de uma forma errônea. Ao invés de adorarem ao criador do universo, adoram a outros, ou a si mesmas.

Ponto 2: A fonte corrompida

Mais um argumento de que o homem é incapaz por si só de escolher ou fazer o que é bom: sua fonte está corrompida. Analisemos:

“Guarda com toda a diligência o teu coração, porque dele procedem as fontes da vida.” (Provérbios 4:23)

Se é do nosso coração que procedem as fontes da vida, é óbvio que é dai que saem as nossas decisões, bem como a de querer ser salvo, de fazer coisas boas. Mas a biblia não é gentil com nosso coração:
“Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto; quem o poderá conhecer?” (Jeremias 17:9)
 
O nosso coração é simplesmente nosso maior inimigo. O profeta deixa bem claro que o coração é enganoso mais do que todas as coisas, nada pode ser pior do que ele. Desesperadamente corrupto, algo que indica uma continuidade maligna. O pior é a pergunta quase sem resposta: quem o poderá conhecer? Essa passagem por si só já condenaria a questão de que somos sábios para tomar qualquer (e eu digo qualquer mesmo) decisão. Mas tem alguem com uma opinião bem mais forte:

“Mas o que sai da boca procede do coração; e é isso o que contamina o homem.Porque do coração procedem os maus pensamentos, homicídios, adultérios, prostituição, furtos, falsos testemunhos e blasfêmias.” (Mateus 15:18-19)

O próprio Jesus condenou o nosso coração em todas as instâncias possiveis. Ele classificou o nosso coração como o autor de várias categorias de crimes.

Se o nosso coração é fonte de vida, e Jesus e Jeremias nos mostram quão corrupto é nosso coração, a que conclusão podemos chegar? Simples: nós por nós mesmos só queremos e desejamos o que é mau mesmo quando aparentamos querer o bem.

Ponto 3: A escravidão da vontade e do pecado

“Porque bem sabemos que a lei é espiritual; mas eu sou carnal, vendido sob a escravidão do pecado. Pois o que faço, não o entendo; porque o que quero, isso não pratico; mas o que aborreço, isso faço. E, se faço o que não quero, consinto com a lei, que é boa. Agora, porém, não sou mais eu que faço isto, mas o pecado que habita em mim. Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum; com efeito o querer o bem está em mim, mas o efetuá-lo não está. Pois não faço o bem que quero, mas o mal que não quero, esse pratico. Ora, se eu faço o que não quero, já o não faço eu, mas o pecado que habita em mim. Acho então esta lei em mim, que, mesmo querendo eu fazer o bem, o mal está comigo. Porque, segundo o homem interior, tenho prazer na lei de Deus; mas vejo nos meus membros outra lei guerreando contra a lei do meu entendimento, e me levando cativo à lei do pecado, que está nos meus membros. Miserável homem que eu sou! quem me livrará do corpo desta morte? Graças a Deus, por Jesus Cristo nosso Senhor! De modo que eu mesmo com o entendimento sou escravo à lei de Deus, mas com a carne à lei do pecado." (Romanos 7:14-25)

Aqui vemos mais do que uma averiguação, é uma confissão. O apóstolo Paulo simplesmente sintetiza toda a existência humana: escravos do pecado. Alguns podem afirmar: “ah, mas ele se refere a lei mosaica”. Isso não passa de falácia, por dois motivos:

1-      O simples fato de Paulo estar usando a palavra “lei” não quer dizer que seja somente o período da lei mosaica. A palavra lei é muito mais ampla que o sistema cerimonial e sacrifical da lei. Quando a palavra lei é usada no novo testamento, refere-se à algo como vontade de Deus. Paulo usa expressões como “lei do Espirito e da vida” (Rm 8:2), “lei de Cristo” (Gl 6:2) entre outros. A lei, smepre foi e sempre será a vontade de Deus revelada.

2-      O tempo verbal que o aposto usa o tempo inteiro é o tempo presente. Ele afirma explicitamente que ele é (tempo verbal: presente) carnal,  ele diz que não faz (tempo verbal:presente) o que prefere, mas faz o que detesta (tempo verbal: presente). Todos os verbos que mostram sua fraqueza em fazer a vontade de Deus por si só está no tempo verbal do presente. 

Então, obviamente Paulo reconhecia que ele, mesmo já tendo feito tanto pelo reino de Cristo ( a epístola aos romanos foi escrita por volta de 57 d.c, anos após sua conversão e inicio ministerial) ele sabia que ele pelas próprias forças, cairia nos seus pecados.


“Replicou-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo que todo aquele que comete pecado é escravo do pecado.Ora, o escravo não fica para sempre na casa; o filho fica para sempre.Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres.” (João 8:34-36)

Jesus diz explicitamente: todo aquele que comete pecado. Basta um só para nos escravizar. A morte entrou no mundo através de um só homem (Rm 5) e com isso, toda a humanidade tornou-se escrava do cativeiro da vontade. 

Para um escravo ser liberto, só há 2 opções: ou ele foge (o que no caso do pecado, como já vimos é impossível) ou o senhor dele o dá a carta de alforria. Acaso pensam que é coincidência quando Colossenses  2:14 nos diz: “e havendo riscado o escrito de dívida que havia contra nós nas suas ordenanças, o qual nos era contrário, removeu-o do meio de nós, cravando-o na cruz?”. É exatamente a mesma coisa quando um senhor liberta seu escravo. E é aqui que entramos no ponto final:

              Ponto 4: O único que pode nos libertar: Jesus Cristo
 

“Replicou-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo que todo aquele que comete pecado é escravo do pecado.Ora, o escravo não fica para sempre na casa; o filho fica para sempre.Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres.” (João 8:34-36)

“tendo sido sepultados com ele no batismo, no qual também fostes ressuscitados pela fé no poder de Deus, que o ressuscitou dentre os mortos;e a vós, quando estáveis mortos nos vossos delitos e na incircuncisão da vossa carne, vos vivificou juntamente com ele, perdoando-nos todos os delitos;e havendo riscado o escrito de dívida que havia contra nós nas suas ordenanças, o qual nos era contrário, removeu-o do meio de nós, cravando-o na cruz;” (Colossenses 2:12-14)

"E o próprio Deus de paz vos santifique completamente; e o vosso espírito, e alma e corpo sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo. Fiel é o que vos chama, e ele também o fará." (I Tessalonicenses 5:23-24)

"De sorte que, meus amados, do modo como sempre obedecestes, não como na minha presença somente, mas muito mais agora na minha ausência, efetuai a vossa salvação com temor e tremor;porque Deus é o que opera em vós tanto o querer como o efetuar, segundo a sua boa vontade." (Filipenses 2:12-13)

De fato, são pouquissimos os versiculos que me veem a cabeça, porém em todos eles a essência é a mesma: é Deus, e somente Ele, através  da obra do Senhor Jesus Cristo e do testemunho interno do Espirito Santo é que pode salvar o ser humano. É simplesmente impossivel que qualquer ser humano possa dizer que quis Jesus, que optou por Ele. 

Se não fosse o braço forte do Senhor nos tirando das trevas, jamais conseguiríamos sair e prosseguir em Cristo. A pessoa que acha que por si só consegue algo (lembrem-se de João 15-5: Eu sou a videira; vós sois os ramos. Quem permanece em mim e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer.) simplesmente desconhece o que é graça.

“para que, como está escrito: Aquele que se gloria, glorie-se no Senhor.”
1 Coríntios 1:31
 

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