quarta-feira, 15 de agosto de 2012


O Deus artista e o primeiro concilio da história


Data: indefinida. Palco: o céu. Três genios trabalham em equipe acerca da maior criação da história. Primeiro eles criam o tempo. Depois começam a criar o universo. Depois a Terra.

Até então você vê tudo ser criado com uma certeza convicta, mas quando é a hora da obra prima, do magnus opus, os gênios precisam fazer um concílio.

Quando eles param para pensar no que fazer, pensam assim: "E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança"(Gn 1:26 a)

Não era só fazer algo bom, como todas as outras coisas, era preciso ir além. Ir no âmbito da imagem e semelhança! Tinha que ser algo que lembrasse Deus em todos os seus atributos. Conjecturando, a conversa bem que pode ter sido assim:

-Tem que ter o poder de decisão do Pai, para governar sobre a Terra: " Domine ele sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu, sobre os animais domésticos, e sobre toda a terra, e sobre todo réptil que se arrasta sobre a terra." (Gn 1:26 b)

-Também tem que ter da parte do Pai o seu imenso amor: "Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna." (Jo 3:16)

-Não esqueçam da humildade e da servidão do filho! "Ora, se eu, o Senhor e Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns aos outros.Porque eu vos dei exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também." (Jo 13:14-15)

-A alegria do Espirito Santo para com os outros: "Porque o reino de Deus não consiste no comer e no beber, mas na justiça, na paz, e na alegria no Espírito Santo. (Rm 14:17)

E assim o homem foi sendo formado, com todos os atributos de Deus em escala reduzida, sem máculas ou imperfeições. E ainda com bônus do tipo: poder criativo, imaginativo, capacidade de sensibilidade....

Quando terminada sua obra, o grande criador se vira e diz aos anjos: -Gostaram?

Boquiabertos, eles se entreolham e não conseguem pronunciar uma palavra sequer. Até que um deles finalmente diz: -Mas é a cara dele! Como pode ser tão parecidos?

-O rosto, as feições, o jeito de andar e falar, tudo lembra ele....

A obra prima das criaçõs dos gênios tem inclusive vontade própria! Incrivelmente igual ao pai!

Há teorias de que foi exatamente por esse motivo que o outrora anjo da adoração tenha se rebelado e causado a primeira rebelião, pois ele queria ser semelhante ao artista dos artistas, mas o criador havia dado esse privilégio a alguem formado do pó da Terra.

O estrago do pecado fez tudo isso diminuir visivelmente, porém ainda há resquicios de virtude divina nos seres humanos. Adão quando foi criado por Deus, foi a sua imagem e semelhança e em escala reduzida, possuia os atributos mais fantásticos de Deus.

Esse texto visa mostrar um lado diferente do que estamos acostumados a ler e ouvir de Deus: O grande artista, criativo, imaginativo e também humilde a ponto de reproduzir alguem com suas habilidades sem sentir ciumes do mesmo e amá-lo sem os mesmos merecerem.

O Deus artista!

sábado, 4 de agosto de 2012

A fé espera!

É com grande alegria e honra que hoje citarei uma de minhas maiores inspirações em termos de teólogo, pregador e de homem de Deus: Charles Haddon Spurgeon.

 Eu discordo de alguns pontos de sua doutrina, mas tenho absoluta certeza que o legado desse homem subsistirá enquanto houver mundo, tamanho foi seu empenho em viver o evangelho genuíno.

Hoje trarei um capítulo de seu livro "A dica do labirinto" onde ele fala sobre ansiedade e fé, e eu humildemente tentarei dissertar acerca de seus ensinos.

Nota: Material retirado do site: http://www.projetospurgeon.com.br/

"O coração incrédulo precisa ver imediatamente o efeito de todas as causas, pois do contrário corre o risco de duvidar até mesmo da própria causa. A fé, porém, não tem pressa! 

Na natureza os mais preciosos processos são lentos. É verdade que o aparecimento de cogumelos em apenas uma noite é algo admirável, no entanto, há processos mais nobres do que o dos fungos, os quais não acontecem assim tão rapidamente.

Em termos de produzir uma certa condição, o fenômeno dos fungos não seria o exemplo mais apropriado, ao invés dele, pensemos, então, num belo jardim nos meses de Junho*, tudo muito florido e bem colorido. 
Para que haja esse cenário, porém, é necessário que ele seja precedido pelo choroso céu nublado de Abril e as instabilidades de Maio.

 O que decorre daí? Do mesmo modo, a fé aceita a imutabilidade da natureza de Deus e se compromete com o seu consolo e segurança diante das mais diversas circunstâncias externas, pois olhando por detrás do visível cenário de constantes mudanças, ela não está perplexa diante das aparências adversas.

 Deus trabalha como lhe agrada. Ele não explica seus métodos, mas dá a oportunidade de crer nas suas promessas. Os mais nocivos elementos podem parecer desfavoráveis para o alambique, e a fumaça do forno pode surgir no processo, mas o maior bem é destilado no devido tempo.

 Em nenhum momento durante o processo deve-se estar descontente ou duvidoso do seu desfeixo, nem mesmo desferindo as críticas da ignorância, pois o homem de fé se abstém de julgar o trabalho inacabado.

 Seus olhos são proféticos, ele é capaz de ver o bem que está por vir e, portanto, jamais arranca a maçã enquanto não está madura. Pressa, preocupação, irritação e ansiedade são coisas para os de paixão míope, mas descanso, calma, força e prudência resultam de grande confiança."

* Spurgeon tem em mente os períodos do ano no Hemisfério Norte, especialmente em Londres, onde as estações são bem marcadas por traços bem característicos que distinguem uma das outras.


Logo de cara Spurgeon nos lembra de Tomé e sua incredulidade: "Depois disse a Tomé: Chega aqui o teu dedo, e vê as minhas mãos; chega a tua mão, e mete-a no meu lado; e não mais sejas incrédulo, mas crente. Respondeu-lhe Tomé: Senhor meu, e Deus meu! Disse-lhe Jesus: Porque me viste, creste? Bem-aventurados os que não viram e creram. " (Jo 20:27-29)

Mais a frente ele usando uma linguagem de modo a facilitar o nosso entendimento, como lhe era peculiar, ele usa uma analogia entre cogumelos e fungos, que eram comuns à sua época. Ele afirma que os processos que ocorrem de uma hora pra outra são oportunos, mas que as grandes transformações levam tempo.

Isso explica o fato de tantas pessoas se "desiludirem" com o evangelho, pois esperam resultados imediatos, tais como os sanduíches fast food de lanchonetes como mc' donalds e afins. Mas Jesus disse: "Portanto, não vos inquieteis, dizendo: Que havemos de comer? ou: Que havemos de beber? ou: Com que nos havemos de vestir? {Pois a todas estas coisas os gentios procuram.} Porque vosso Pai celestial sabe que precisais de tudo isso." (Mt 6:31-32)

E o apóstolo Paulo ratifica isso dizendo: "Não andeis ansiosos por coisa alguma; antes em tudo sejam os vossos pedidos conhecidos diante de Deus pela oração e súplica com ações de graças." (Fp 4:6)

Durante o capítulo, Charles por mais de uma vez exalta a soberania de Deus, afirmando que não adianta fazermos pirraça para Ele, pois Ele age no tempo em que acha melhor. Ele nos exorta a conciliarmos esperança, paciência e fé na dura batalha do dia-a-dia, mais uma vez nos fazendo lembrar desse versículo aqui: "Não é bom agir sem refletir; e peca quem é precipitado (pv 19:2)"

Por fim ele afirma que o verdadeiro homem de fé em Deus nunca tira os olhos da promessa, sem agir precipitadamente, me fazendo recordar de mais este versículo: "Assim serviu Jacó sete anos por causa de Raquel; e estes lhe pareciam como poucos dias, pelo muito que a amava." (Gn 29:20)

Spurgeon, eu sei que discordamos em questões doutrinárias, mas eu reconheço por justiça e por verdade o tamanho de seu legado e sua obra por amor à Deus. Lendo e estudando sua vida, obrigatoriamente lembro-me deste versículo: "Em verdade, em verdade vos digo: Aquele que crê em mim, esse também fará as obras que eu faço, e as fará maiores do que estas; porque eu vou para o Pai." (Jo14:12)

Ao amado mentor e inspirador.