quarta-feira, 6 de junho de 2012


Auto controle, frieza e equilíbrio


Segundo o dicionário, o medo é: sentimento de inquietação que surge com a idéia de um perigo real ou aparente, terror, susto, receio, temor, apreensão entre outras coisas. O medo acima de tudo paralisa, mantêm estático perante qualquer situação. Como manter-se equilibrado em um momento de medo extremo? A bíblia dá um exemplo de perfeito domínio dos sentimentos. Eis a mulher que dominava seus sentimentos: a mulher sunamita.

"Sucedeu também certo dia que Eliseu foi a Suném, onde havia uma mulher rica que o reteve para comer; e todas as vezes que ele passava por ali, lá se dirigia para comer. E ela disse a seu marido: Tenho observado que este que passa sempre por nós é um santo homem de Deus. Façamos-lhe, pois, um pequeno quarto sobre o muro; e ponhamos-lhe ali uma cama, uma mesa, uma cadeira e um candeeiro; e há de ser que, quando ele vier a nós se recolherá ali"  (2 Reis 4:8-10)


A mulher sunamita teve grande percepção espiritual ao perceber que o profeta Eliseu era de fato profeta e logo quis abençoar-lo, trazendo-o para junto de seu lar talvez imaginando que as bençãos chegaria até ela com a simples presença de Eliseu ali.


"Sucedeu que um dia ele chegou ali, recolheu-se àquele quarto e se deitou.Então disse ao seu moço Geazi: Chama esta sunamita. Ele a chamou, e ela se apresentou perante ele.Pois Eliseu havia dito a Geazi: Dize-lhe: Eis que tu nos tens tratado com todo o desvelo; que se há de fazer por ti? Haverá alguma coisa de que se fale por ti ao rei, ou ao chefe do exército? Ao que ela respondera: Eu habito no meio do meu povo.Então dissera ele: Que se há de fazer, pois por ela? E Geazi dissera: Ora, ela não tem filho, e seu marido é velho." (2 Reis 4:11-14)

De fato, o raciocinio da sunamita estava certo, pois, Eliseu vendo a bondade dela para com ele, em nome de Deus quis abençoá-la com algo que ela não possuía, uma descedência. História muito parecida com a do pai dos hebreus, Abraão, pois seu esposo era avançado em dias.

"Pelo que disse ele: Chama-a. E ele a chamou, e ela se pôs à porta.E Eliseu disse: Por este tempo, no ano próximo, abraçarás um filho. Respondeu ela: Não, meu senhor, homem de Deus, não mintas à tua serva.Mas a mulher concebeu, e deu à luz um filho, no tempo determinado, no ano seguinte como Eliseu lhe dissera." (2 Reis 4:15-17)

Antes de demonstrar tamanho equilibrio, a mulher sunamita demonstrou muita falta de fé nas palavras do mesmo homem que tempos atrás ela havia percebido que era da parte de Deus chegando a acusá-lo de mentiroso, num episódio muito similar ao de Sara quando soube que iria ser mãe (talvez seja algo comum entre as mulheres judias....rsrsrs). E então ela foi mãe no tempo determinado.

"Tendo o menino crescido, saiu um dia a ter com seu pai, que estava com os segadores.Disse a seu pai: Minha cabeça! minha cabeça! Então ele disse a um moço: Leva-o a sua mãe.Este o tomou, e o levou a sua mãe; e o menino esteve sobre os joelhos dela até o meio-dia, e então morreu.Ela subiu, deitou-o sobre a cama do homem de Deus e, fechando sobre ele a porta, saiu.Então chamou a seu marido, e disse: Manda-me, peço-te, um dos moços e uma das jumentas, para que eu corra ao homem de Deus e volte.Disse ele: Por que queres ir ter com ele hoje? Não é lua nova nem sábado. E ela disse: Tudo vai bem. (2 Reis 4:18-23)

E então chego no ponto principal: COMO ELA CONSEGUE TER TAMANHA FRIEZA NUM MOMENTO CRÍTICO DESSES? Como, depois de ter visto seu filho morto às suas pernas, ela o repousa na cama de Eliseu, e ainda diz o marido está tudo bem? De onde vêm a sua calma? A sua confiança? Ora, naquele tempo apesar de Deus ter se manifestado de diversas maneiras e haver graça (em menores proporções que hoje) o Espírito Santo não havia sido derramado ainda.

"Então ela fez albardar a jumenta, e disse ao seu moço: Guia e anda, e não me detenhas no caminhar, senão quando eu to disser.Partiu pois, e foi ter com o homem de Deus, ao monte Carmelo; e sucedeu que, vendo-a de longe o homem de Deus, disse a Geazi, seu moço: Eis aí a sunamita;corre-lhe ao encontro e pergunta-lhe: Vais bem? Vai bem teu marido? Vai bem teu filho? Ela respondeu: Vai bem."  (2 Reis 4:24-26)

A determinação dela era tamanha que nem queria parar pra nada no caminho (nessa história vai acontecer isso de novo)  e pela segunda vez ela diz novamente que está tudo bem em meio ao desastre. Eliseu realmente não sabia o que se passava, pois manda seu moço perguntar se estava tudo bem num momento crítico.

"Chegando ela ao monte, à presença do homem de Deus, apegou-se-lhe aos pés. Chegou-se Geazi para a retirar, porém, o homem de Deus lhe disse: Deixa-a, porque a sua alma está em amargura, e o Senhor mo encobriu, e não mo manifestou.Então disse ela: Pedi eu a meu senhor algum filho? Não disse eu: Não me enganes?Ao que ele disse a Geazi: Cinge os teus lombos, toma o meu bordão na mão, e vai. Se encontrares alguém, não o saúdes; e se alguém te saudar, não lhe respondas; e põe o meu bordão sobre o rosto do menino.A mãe do menino, porém, disse: Vive o senhor, e vive a tua alma, que não te hei de deixar. Então ele se levantou, e a seguiu.Geazi foi adiante deles, e pôs o bordão sobre o rosto do menino; porém não havia nele voz nem sentidos. Pelo que voltou a encontrar-se com Eliseu, e o informou, dizendo: O menino não despertou. " (2 Reis 4:27-31)

Toda a frieza dela se desfaz quando ela chega a Eliseu e logo demonstra o desespero que ela tanto sufocou e Eliseu reconhece que o Senhor não havia revelado a ele o que tinha se passado. E então manda seu moço ir reviver o menino, mas dá uma estranha ordem: Não fale com ninguém (os planos de Deus nem sempre entram na lógica humana). Geazi então, provavelmente descumpriu a ordem do profeta e deve ter falado com alguém, pois, o efeito do bordão no menino foi nenhum......

"Quando Eliseu chegou à casa, eis que o menino jazia morto sobre a sua cama.Então ele entrou, fechou a porta sobre eles ambos, e orou ao Senhor.Em seguida subiu na cama e deitou-se sobre o menino, pondo a boca sobre a boca do menino, os olhos sobre os seus olhos, e as mãos sobre as suas mãos, e ficou encurvado sobre ele até que a carne do menino aqueceu.Depois desceu, andou pela casa duma parte para outra, tornou a subir, e se encurvou sobre ele; então o menino espirrou sete vezes, e abriu os olhos.Eliseu chamou a Geazi, e disse: Chama essa sunamita. E ele a chamou. Quando ela se lhe apresentou, disse ele: Toma o teu filho.Então ela entrou, e prostrou-se a seus pés, inclinando-se à terra; e tomando seu filho, saiu." (2 Reis 4:32-37)

Após orar à Deus, Eliseu teve uma também estranha recomendação: Fazer uma espécie de respiração boca a boca. O garoto reviveu e então, toda o auto controle e determinação da mulher sunamita foram recompensados.

Quando chegar ao céu, essa mulher vai ser uma das primeiras pessoas com quem pretendo conversar. O que se passou na cabea dela?  Da onde veio tanta confiança? Eis uma lição de como não nos desesperarmos nas adversidades da vida, seja pelo desemprego, doença, angústia, pressa de casar, pressa de ter filhos, pressa de ser bem sucedido.....
Com a cabeça fria, e o coração quente.

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