sexta-feira, 1 de março de 2013

O eterno duelo

Provavelmente, lá se vão quase 2000 anos de discussão e até hoje não se chegou a uma conclusão: quem está certo, o monergismo (calvinismo) ou sinergismo (arminianismo)?

Os nomes nos levam a dois teólogos famosos: João Calvino e Jacob Arminius. Eles não foram contemporâneos entre si e Arminius foi inclusive discípulo dos ensinos de Calvino, o porém, é que essa discussão é muito mais antiga, provavelmente iniciada nos tempo apostólico.

Um épico debate sobre se deu entre Aurelius Agostinho e Pelágio da bretanha. Agostinho, fortemente influenciado por Ambrósio, afirma que somente a graça de Deus pode levar o homem à salvação. Pelágio rebatia afirmando que o homem possui o livre-arbítrio para querer ser salvo. Deus entra com 99% da salvação e o homem entra com 1%. Após sua morte, os ensinos de Pelágio foram considerados hereges.

Mais de mil anos depois, outro grande debate sobre o assunto se deu: Martinho Lutero x Erasmo de Roterdã, com Lutero defendendo a doutrina da graça e Erasmo o livre-arbítrio.

Em 1610 os seguidores de Arminius lançam os cinco pontos do arminianismo, dos quais estão aqui:

  1. a eleição (e condenação no dia do jugamento) foi condicionada pela fé racional ou não-fé do homem;
  2. a expiação, embora qualitativamente suficiente à todos os homens, só é eficaz ao homem de fé;
  3. sem o auxílio do Espírito Santo, nenhuma pessoa é capaz de responder à vontade de Deus;
  4. a graça não é irresistível; 
  5. os crentes são capazes de resistir ao pecado, mas não estão fora da possibilidade de cair da graça.


Ponto crucial: Deus salva o homem, porém o mesmo pode escolher mediante o seu livre-arbítrio (poder de escolha) se quer ser salvo ou não.

Em 1618-1619, houve o famoso Síndoto de Dort, formado por 84 teólogos e 21 leigos que declararam o arminianismo uma heresia e em contra ponto, lanam os cinco pontos do calvinismo, que são:

  • Depravação total do homem;
Também chamada de "depravação radical", "corrupção total" e "incapacidade total". Indica que toda criatura humana, em sua condição atual, ou seja, após a queda, é caracterizada pelo pecado, que a corrompe e contamina, incluindo a mente. Por isso, afirma-se que ninguém é capaz de realizar o que é verdadeiramente bom aos olhos de Deus. Em contrapartida, o ser humano é escravo do pecado, por natureza hostil e rebelde para com Deus, espiritualmente cego para a verdade, incapaz de salvar a si mesmo ou até mesmo de se preparar para a salvação. Só a intervenção direta de Deus pode mudar esta situação.
  • Eleição incondicional;
Eleição significa "escolha". É a escolha feita por Deus desde toda a eternidade, daqueles a quem ele concedeu a graça da salvação. Esta escolha não se baseia no simples mérito, ou na fé das pessoas que ele escolhe, mas se baseia em sua decisão soberana e incondicional, irrevogável e insondável. Isso não significa que a mesma salvação final é incondicional, mas que a condição em que assenta (fé) é concedida também pela graça de Deus, como seu presente para aqueles a quem Ele escolheu incondicionalmente.
  • Expiação limitada;
Também chamada de "redenção particular" ou "redenção definida", significa a doutrina segundo a qual a obra redentora de Cristo foi apenas visando a salvação daqueles que têm sido alvo da graça da salvação. A eficácia salvífica do Cristo redentor, então, não é "universal" ou "potencialmente eficaz" para quem iria recebê-lo, mas especificamente designada para tornar possível a salvação daqueles a quem Deus Pai escolheu desde antes da fundação do mundo. Os calvinistas não acreditam que a expiação é limitada em seu valor ou poder (se Deus o Pai quisesse, teria salvo todos os seres humanos sem excepção), mas sim que a expiação é limitada na medida em que foi destinada para alguns e não para todos.
  • Vocação eficaz (ou Graça Irresistível);
Também conhecida como "graça eficaz", esta doutrina ensina que a influência salvífica do Espírito Santo de Deus é irresistível, superando toda e qualquer resistência. Quando então, Deus soberanamente visa salvar alguém, o indivíduo não tem como resistir à essa graça da vida eterna com o próprio Deus.
  • Perseverança dos santos.
Também conhecida como "preservação dos santos" ou "segurança eterna", este quinto ponto sugere que aqueles a quem Deus chamou para a salvação, e depois, à comunhão eterna com ele (" santos ", segundo a Bíblia) não podem cair em desgraça e perder sua salvação. Mesmo que, em suas vidas, o pecado os leve a renunciar à sua profissão de fé, eles (se eles são autênticos eleito), mais cedo ou mais tarde, retornarão à comunhão com Deus Essa doutrina é baseada na suposição de que a salvação é obra de Deus do começo ao fim, que Deus é fiel às Suas promessas, e que nada nem ninguém pode impedir Seus propósitos soberanos. Este conceito é ligeiramente diferente do conceito usado em algumas igrejas evangélicas, de "uma vez salvos - salvos para sempre", apesar da apostasia, a falta de arrependimento ou a permanência no pecado, desde que eles tiverem realmente aceito a Cristo no passado. No ensino tradicional calvinista, se uma pessoa cai em apostasia ou não mostra mais sinais de arrependimento genuíno, pode ser prova de que ele nunca foi realmente salvo, e, em seguida, que não fazia parte do número dos eleitos.

Ponto crucial: Deus escolheu por antecipação quem iria para o céu e quem iria para o inferno pois o homem por si só não consegue se achegar à Deus mediante o seu pecado.
REFERÊNCIAS BÍBLICAS:Gn 2:17; Gn 6:5; Gn 8:21 / 1Rs 8:46 / Jo 14:4 / Sl 51:5 / Sl 58:3 / Ec 7:20 Is 64:6 / Jr 4:22; Jr 9:5-6; Jr 13:23; Jr 17:9 / Jo 3:3; Jo 3:19; Jo 3:36;Jo 5:42; Jo 8:43,44 / Rm 3:10-11; Rm 5:12; Rm 7:18, 23; Rm 8:7 /1Co 2:14 / 2Co 4:4 / Ef 2:3 / Ef 4:18 / 2Tm 2:25-26 / 2Tm 3:2-4 / Tt 1:15 Dt 4:37; Dt 7:7-8 / Pv 16:4 / Mt 11:25; Mt 20:15-16; Mt 22:14 / Mc 4:11-12 Jo 6:37; Jo 6:65; Jo 12:39-40; Jo 15:16 / At 5:31; At 13:48; At 22:14-15 /Rm 2:4; Rm 8:29-30; Rm 9:11-12; Rm 9:22-23; Rm 11:5; Rm 11:8-10 /Ef 1:4-5; Ef 2:9-10 / 1Ts 1:4; 1Ts 5:9 / 2Ts 2:11-12; 2Ts 3:2/ 2Tm 2:10,19/1 Pe 2:8 / 2 Pe 2:12 / Tt 1:1 / 1Jo 4:19 / Jd 1:3-4 / Ap 13:8; Ap 17:17 1Sm 3:14 / Is 53:11-12 / Mt 1:21; Mt 20:28; Mt 26:28 / Jo 10:14-15 /Jo 11:50-53; Jo 15:13; Jo 17:6,9,10 / At 20:28 / Rm 5:15 / Ef 5:25 / Tt 3:5 /Hb 9:28 / Ap 5:9 Jr 24:7 / Ez 11:19-20; Ez 36:26-27 / Mt 16:17 / Jo 1:12-13; Jo 5:21; Jo 6:37; Jo 6:44-45 / At 16:14; At 18:27 / 1Co 4:7 / 2Co 5:17 / Gl 1:15 / Rm 8:30 / Ef 1:19-20 / Cl 2:13 / 2Tm 1:9 / 1Pe 2:9; 1Pe 5:10 / Hb 9:15 Is 54:10 / Jr 32:40 / Mt 18:14 / Jo 6:39; Jo 6:51; Jo 10:27-29 / Rm 5:8-10; Rm 8:28-32, Rm 8:34-39; Rm 11:29 / Gl 2:20 / Ef 4:30 / Fp 1:6 / Cl 2:14 /2Ts 3:3 / 2Tm 2:13,19 / Hb 7:25; Hb 10:14 / 1Pe 1:5 / 1Jo 5:18 / Ap 17:14.

Muito já foi discutido, debatido e tal, mas eu li a biblia toda e posso garantir que a bíblia dá margem para as duas vertentes. A bíblia não é clara até que ponto Deus nos predestina, sabemos que é para boas obras, para a salvação, fica a se pensar (opinião minha) e sabemos que o homem tem opção de escolha, mas não vejo mérito nenhum em nós por sermos salvos, esse mérito é de Jesus. Acho que um empate é o mais justo, muito embora o legado calvinista seja anos-liz a frente do arminiano.